quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Fala Negro: Negros, Loucos Poetas e Intelectuais

                                                                                     RESGATE
Alzira Rufino

Sou negra ponto final
Devolvo-me a identidade
Rasgo a minha certidão
Sou negra 
Sem reticências
Sem vírgulas
Sem ausências
Sou negra balacobaco
Sou negra noite cansaço  
Sou negra
Ponto final

Terça-feira!




segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Segundo dia! - Fala Negro: Negros, Loucos Poetas e Intelectuais

Pôster feito pelos alunos petianos

Cartazes na entada da UFAL
Um dos cartazes expostos
Douglas Julião, aluno petiano, nosso orador.

Mesa de abertura, com a presença de nossa tutora Maria Ester, a coordenadora do curso de Serviço Social, Marinês, coordenadora da Unidade de Ensino Palmeira dos Índios, Sueli e o coordenador do curso de psicologia, Antônio.

Severino Lepê Correia e Saulo Luders, discutindo sobre políticas quilombolas, identidade e espaços de fuga e captura
 Alunos e professores.

sábado, 5 de novembro de 2011

PELO ESCURO - OLIVEIRA SILVEIRA (trechos)


 

Sou a palavra cacimba
prá sede de todo mundo
e tenho assim minha alma
água limpa e céu no fundo.
Meu canto é faca de charque
voltada contra o feitor
dizendo que minha carne
não é de nenhum senhor.
Sou quicumbi e moçambique
no compasso do tambor.
Sou um toque de batuque
em casa de gege-nagô.
Sou a bombacha de santo,
sou o churrasco de Ogum.
Entre os filhos desta terra
naturalmente sou um.
(...)
No sul o negro charqueou
lavrou
carreteou
no sul o negro remou
teceu
o diabo a quatro
o negro no sul congou
bumbou
batucou
a negra no sul cozinhou
lavou
diabo a quatro
no sul o negro brigou
guerreou
se libertou
quer dizer: ainda se liberta
de mil disfarçadas senzalas
prisžes
diabo a quatro
onde tentam mantê-lo agrilhoado
(...)
Muito obrigado
pelo ditado
"negro em posição
É encrenca no galpão".
Obrigado pelo preconceito
com que até hoje me aceitas.
Muito obrigado pela cor do emprego
que não me dás porque sou negro...
(...)
Um naco de fumo escuro
negrinho
da tua cor, no monturo
Um toco de pito aceso
negrinho
cor de teu sangue indefeso
(...)
E peço: clareia o rumo
negrinho
de teus irmãos cor de fumo.
(...)
Já fui a palavra canga
sou hoje a palavra basta.



terça-feira, 1 de novembro de 2011

Programação - Fala Negro: Negros, Loucos, Poetas e Intelectuais